Recentemente vi um post do Bruno Lacerda, (mais uma vez receba meus aplausos), aqui no Linkedin e passei muitos minutos pensando a respeito do que ele escreveu e da minha indignação com o tema, que já me acompanha há algum tempo. Ontem à noite, navegando nas redes sociais vi alguns anúncios que me fizeram recordar da publicação do Bruno.

Ele aborda sobre os “empresários de palco”. Pessoas que de repente resolveram ser referências e para convencer aos outros de que são especialistas em algo (que na maioria das vezes não o são), se valem de técnicas como: fingir que estiveram em um podcast, comprar seguidores, se passar por empresários de sucesso sem nem ao menos terem uma vez na vida sequer empreendido de fato.

O problema não para por aí. No meu último artigo: “A banalização do Marketing”, escrevi sobre como todos de repente podem ser especialistas em marketing, mesmo tendo como background apenas o uso assíduo das redes sociais e um cursinho de R$29,90 ministrado por alguém que também não é de fato habilitado ou tem experiência na área. 

Como empresária, há 10 anos, conheço bem as lutas e os desafios que aparecem todos os dias e temos de enfrentar. Por isso, não desmereço os esforços de quem está começando. Apoio. Desejo dedicação, empenho, força, persistência e constância. Porque desejar sorte seria invalidar todos os esforços reais que o empreender exige, além da habilidade de lidar com o inconstante e com o incerto sem desistir.

Muitos empresários de sucesso (reais) poderiam ministrar cursos enriquecedores para massas, mas nem todos o fazem. O que vejo são, novamente, entusiastas se disfarçando de empresários de sucesso e especialistas em determinado assunto, vendendo fórmulas mágicas.

Pensando nisso, refleti muito sobre questões:

1. O que é preciso dominar para estar apto a ensinar?

2. Quais critérios devem ser utilizados para se escolher uma fonte de ensino?

Então, me vi parafraseando Paulo Freire, que disse:

“Saber que ensinar não é transmitir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (FREIRE, Pedagogia da Autonomia. 1996, p. 47).

Assim, ele coloca que um professor não é quem domina totalmente aquilo que ensina, mas sim aquele que sabe como transmitir esses saberes aos outros. E, ele completa que:

 “O próprio discurso teórico, necessário a reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática.” (FREIRE, Pedagogia da Autonomia. 1996, p.39).

Dito isso, posso entender que a prática de ensinar, seja em sala de aula, ou através de cursos online, precisa ser condizente com o discurso. Ou seja, é necessário coerência entre o que se fala e o que se faz, a verdade.

Concluindo a análise acima, concluo que saber ensinar é uma coisa, saber o que se ensina é outra. Por isso, eu sempre busco fontes com background e didática coerentes. Foi e sempre será um critério decisivo para mim. E para você?

Me indigno ao ver que muitas pessoas têm se revelado melhores potenciais professores do que especialistas na fórmula mágica que vendem. Afinal, conseguem ensinar algo e incitar a busca pelo aprimoramento dentro do outro. Alguns, afirmo que têm sido Coachs essenciais para o momento que a humanidade vive de pandemia, altos índices de depressão e etc. Eles têm influenciado pessoas positivamente… enquanto tentam enriquecer às custas delas. Nos dois casos, não tão bons, ao menos existe algo positivo. 

No entanto, infelizmente, alguns destes novos empresários e especialistas querem apenas palco… e dinheiro, claro. Vendem fórmulas mágicas para enriquecer fazendo algo que nem eles sabem ao certo fazer. Bruno usou o nome “Empresários de Palco“. Penso ser a melhor definição, até para evitar termos que possam soar ofensivos ou que coloquem a índole destas pessoas em julgo.

Para finalizar, trago mais um trecho da postagem do Bruno. O trecho abaixo traduziu meu pensamento de anos e pode te fazer refletir a respeito da grande oferta de cursos e treinamentos atualmente disponíveis no universo online e ministrados por pessoas incríveis que podem te convercer de que aquilo será o ponto de virada em sua vida.

“SÓ GANHA DINHEIRO COM FÓRMULA MÁGICA… quem te convence de que ela existe.” – Bruno Lacerda

Sugiro então uma reflexão a respeito da profundidade e qualidade do que é ofertado, da verdade que existe ou não ali. Mas, principalmente em quem são essas pessoas e se de fato são quem demonstram, ou é só mais um truque.

Por tanto, cuidado ao acreditar em toda solução única que você encontrar na internet e em todo especialista que tem mais seguidores do que background. 😉

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